Um caso extremo de bullying chocou petropolitanos nesta semana e acendeu um alerta sobre a questão entre pais e educadores. O fato aconteceu no bairro Mosela, na Escola São Judas Tadeu, ligada à Mitra Diocesana, quando um aluno de 14 anos foi espancado três vezes no mesmo dia sendo uma em sala de aula, outra durante o recreio e a terceira já fora das dependências da escola, em um ponto de ônibus próximo. Por conta da brutalidade das agressões, a vítima foi submetida a cirurgia e teve que remover um dos testículos, correndo ainda o risco de retirar o outro, ficando assim estéril e segue em recuperação.
O caso, que veio à tona somente esta semana, ocorreu em meados do mês de maio, após o adolescente agredido sentir fortes dores e então relatar o caso para a mãe que disse que o mesmo estava com medo e por isso não contou antes o ocorrido.
Após tomar conhecimento do fato, a mãe da vítima foi até a escola para que alguma providência fosse tomada o que não ocorreu: além de continuar a estudar na mesma sala em que o agressor por três meses, não houve qualquer punição ao mesmo nem os pais foram chamados para esclarecimentos. Somente nesta semana, com a presença de um advogado, a responsável conseguiu a transferência do filho para outra escola da região.
A Secretaria Municipal de Educação informou que assim que o caso veio à público, tomou todas as providências necessárias, como a transferência do menor para outra unidade escolar. De acordo com a pasta, a direção da escola afirma que só foi comunicada do caso 12 dias depois pela família do estudante. A escola possui sistema de monitoramento por câmeras, mas, de acordo com a Secretaria, as imagens foram verificadas pela equipe da unidade e não flagraram nenhum tipo de briga dentro do ambiente escolar.
O Ministério Público e a Polícia Civil abriram investigações sobre o episódio. De acordo com o titular da 1ª Promotoria, Vicente de Paula Junior, o caso não havia sido comunicado em nenhuma das duas Promotorias da Infância e da Juventude da cidade.
Já o delegado titular da 105ª DP, João Valentim, também iniciou um procedimento de apuração do caso. Segundo ele, a delegacia não foi informada das agressões por familiares ou responsáveis da escola.
Nota da Escola São Judas Tadeu
A Escola São Judas Tadeu – conveniada à Mitra Diocesana e a Diocese de Petrópolis vêm a público esclarecer que, quanto ao suposto caso de agressão noticiado pela imprensa em 18 de agosto do ano corrente, a equipe da escola tomou todas as medidas administrativas legais cabíveis, à época, observando a legislação vigente, em especial o Estatuto da Criança edo Adolescente.
Toda a documentação referente ao suposto caso, bem como a íntegra das gravações do sistema de monitoramento foram encaminhados à autoridade policial competente, bem como foi registrado boletim de ocorrência.
A instituição espera que, o mais breve possível, o caso seja apurado e esclarecido, confirmando o trabalho de qualidade e tradição que há mais de 60 anos é oferecido à comunidade.
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