Alta acumulada de mais de 70% no preço da carne faz brasileiro procurar por opções mais baratas
A população brasileira é conhecida por amar um churrasco e a carne também ganha destaque nos pratos do cotidiano do brasileiro, mas a alta dos preços da carne bovina, que atingiu o patamar de 78% de 2018 até julho de 2022 no Brasil, está modificando os estes hábitos alimentares. Um levantamento realizado pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) – vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – projeta que o consumo do produto atingirá o menor nível nos últimos 26 anos: 24,8kg de carne bovina por pessoa. Em 2018, cada brasileiro comeu, em média, 34 quilos de carne.
A saída para driblar a inflação sem deixar de consumir proteína de origem animal está na substituição da carne bovina por outros produtos, e uma das estrelas da mesa do brasileiro têm sido os ovos. De acordo com ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o consumo do ovo vem crescendo, em média, 10% ao ano. Em 2007, o consumo médio era de 120 ovos por pessoa, e em 2022 já chegou a ficar entre 262 unidades/ano. Embora o produto também venha sofrendo reajustes constantes de preço, ainda assim o torna uma opção mais em conta do que a carne de boi.
A nutricionista Marcella Tamiozzo explica que a preocupação ao substituir a carne deve ser a reposição dos nutrientes presentes neste alimento, como proteína, ferro, vitaminas do complexo B, zinco, magnésio entre outros.
“Opções mais baratas como frango, fígado bovino e de frango, coração de frango, ovos e sardinha possuem esses nutrientes e são bons substitutos. Contudo, em se tratando de vitamina B12, a carne vermelha é a maior fonte, sendo esta encontrada em menores quantidades nos outros alimentos de origem animal”, destaca a professora do curso de Nutrição da Estácio.
A nutricionista aponta que existem ainda algumas opções de vegetais, ricos em proteínas e outros nutrientes e que, diferentes da carne, são pobres em gordura saturada, como a soja, o grão-de-bico, o tofu, a quinoa, lentilha, ervilha e castanha de caju, contudo afirma que é preciso levar em conta que estes alimentos não possuem a vitamina B12, e o Ferro neles encontrado é de baixa absorção. Além disso, a proteína vegetal não se compara à proteína animal por ser menos biodisponível e possuir menor taxa de cada aminoácido.
“Com o acompanhamento de um profissional de Nutrição, que irá realizar os cálculos nutricionais necessários de acordo com o perfil do paciente, é possível chegar a uma dieta equilibrada levando em conta também o alto preço da carne. Como a quantidade de vitamina B12 é menor nos outros produtos animais, como no ovo e na carne branca, o nutricionista incluirá uma quantidade maior desses alimentos na dieta para que seja possível suprir a necessidade do paciente. Quanto ao ferro, vale o mesmo raciocínio: já que nos vegetais a absorção é menor, incluímos uma quantidade maior para que absorva a quantidade necessária. E temos uma dica específica que ajuda a aumentar a absorção dele: consumir os alimentos fontes de ferro junto com alimentos fontes de vitamina C, pois essa vitamina ajuda na sua absorção”, orienta a professora da Estácio.
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