Passageiros da linha 700 (Centro-Itaipava), da Turp, presenciaram cenas desagradáveis na manhã desta terça-feira (24) dentro do coletivo. Uma cobradora sofreu ofensas racistas e de uma mulher de 58 anos que foi presa em flagrante.
O caso aconteceu por volta das nove horas da manhã e revoltou passageiros que acionaram a Polícia Militar. Segundo informações, a acusada disse dito que a cobradora, de 21 anos, era uma “macaca, preta do cabelo duro” e havia mandado-a cortar o cabelo. Em seguida, jogado cascas de banana na vítima.
Nota do Sindicato dos Rodoviários
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Petrópolis tomou ciência do caso e gostaria de pontuar que vem a público prestar solidariedade para com a trabalhadora.
Além disso, o sindicato oferece os serviços de atendimento Jurídico para os procedimentos que se fizerem necessários, bem como o acompanhamento Psicológico. Os serviços aqui mencionados são oferecidos gratuitamente para trabalhadores rodoviários associados.
“Queremos externar a nossa indignação em nome de toda a diretoria e de verdade nos colocarmos a disposição da trabalhadora brutalmente ofendida”, ponderou Glauco da Costa, presidente do Sind. Rodoviários.
Nota da Turp e Setranspetro
A Turp Transporte e o Setranspetro lamentam e repudiam qualquer manifestação de preconceito ou racismo, que possa ferir a integridade e dignidade de seus profissionais e clientes, como a que aconteceu, nesta terça-feira (24), em que uma profissional da Turp Transporte foi alvo de racismo. A empresa está acompanhando o caso e prestando todo o suporte necessário à colaboradora.
A Turp Transporte ainda destaca que, desde o momento em que foi identificado o crime de racismo no ônibus que operava a linha 700 – Terminal Itaipava, os profissionais colocaram em prática os procedimentos do Código de Ética e Conduta da operadora, recém divulgado à imprensa, que trata sobre como agir em situações de discriminação. Todos os profissionais, inclusive, passaram pelo treinamento recentemente.
Prefeitura também se pronuncia
A Prefeitura de Petrópolis também emitiu nota de repúdio ao caso. Leia um resumo:
A Prefeitura se solidariza com a profissional do transporte público urbano municipal, que sofreu racismo dentro de um ônibus nesta terça-feira (24). A Prefeitura repudia todo e qualquer ato discriminatório e de racismo.
“É um ato covarde contra uma mulher, negra que estava, no momento do crime, exercendo sua função. Lamentamos e repudiamos todo e qualquer ato de racismo, que deve ser investigado e os responsáveis punidos, de acordo com a lei. É inadmissível que atos como este ainda aconteçam”, frisou o prefeito Rubens Bomtempo.
Bomtempo lembra das ações desenvolvidas pela Prefeitura para tornar Petrópolis uma cidade antirracista. Entre elas, a criação no ano passado no mês de novembro, durante da Festa Afro Ubuntu, do Disque Antirracista; a entrega da Afroteca (coleção de livros de autores e com personagens negros e negras) em junho deste ano para as unidades escolares da rede municipal, o curso de letramento racial para profissionais da Educação que começou essa semana e a criação do Selo Escola Antirracista.
O Disque Antirracista (0800-024-1000) é administrado pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial (Copir) – órgão vinculado à Secretaria de Governo da Prefeitura de Petrópolis. O atendimento é feito pelo Núcleo de Atendimento Antirracista, que presta serviço psicológico, assistencial e jurídico para a população negra. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
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