Dia do idoso: uma a cada três pessoas com mais de 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano

Especialista diz em quais ambientes as quedas de idosos são mais recorrentes e detalha cuidados na prevenção


Queda é sinônimo de transtorno em qualquer idade, mas quando falamos em quedas de idosos, as consequências podem ser ainda maiores. Muitos idosos que sofrem quedas demandam cuidados hospitalares que exigem maior tempo para uma boa recuperação. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o somatório de internações por fraturas de fêmur de idosos no Brasil foi de 220.712 entre os anos de 2017 e 2021 e o número de óbitos entre 2018 e 2021 foi de 11.546. Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Ministério da Saúde, apontam que uma a cada três pessoas com mais de 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano. E para cada 20 idosos que caíram, pelo menos um sofre uma fratura ou precisa ser internado.
No dia 1º de outubro é comemorado o Dia Internacional do Idoso e o fisioterapeuta especialista em Gerontologia e docente do curso de Fisioterapia da Estácio, Matheus Maciel Pauferro, alerta que diante do crescimento acelerado da população idosa, torna-se fundamental que o governo estabeleça estratégias e ações direcionadas a esse grupo populacional, devendo-se priorizar ações que objetivem a prevenção e promoção da saúde, uma vez que essa população consome, hoje, em média 26% dos gastos com hospitalizações no Brasil.
Ele explica que o envelhecimento causa mudanças no funcionamento de todos os sistemas do nosso corpo, deixando as reações corporais mais lentas, causando desequilíbrio ou um colapso nos sistemas posturais do idoso, onde ele não consegue reagir corporalmente às perturbações externas do ambiente, facilitando as quedas. Matheus informa ainda que mulheres idosas caem mais que homens idosos, devido a fatores hormonais.
“Além das mulheres, idosos com doenças pré-existentes, idosos institucionalizados e idosos com mais de 80 anos têm chances maiores de cair que idosos com menos idade, por consequência de fatores individuais, corporais, mentais, ambientais, sociais, nível de escolaridade, interação de efeitos de medicamentos, insuficiência familiar, dentre outros fatores”, informou.
De acordo com o especialista, a maior parte dos idosos caem dentro de casa e isso ocorre por ser o local onde eles se sentem autoconfiantes por conhecerem o ambiente que residem, gerando uma sensação falsa de percepção ambiental.
“Banheiro, quarto e cozinha são os locais onde mais ocorrem esse tipo de acidente. Os outros locais que predispõem quedas em idosos são: nas ruas, devido às calçadas irregulares, buracos. Ambientes como o transporte público, quando o ônibus acelera ou freia bruscamente, podem também provocar quedas em idosos”, alertou o coordenador da Estácio, que destacou os principais problemas de saúde causados pelas quedas em idosos.
“Esses problemas podem ser divididos entre estruturais, sociais e comportamentais. De ordem estrutural são as fraturas e comprometimentos de sistemas corporais. Com relação aos problemas sociais, podemos citar o isolamento social. Já de ordem comportamental, que envolve o psicológico e o mental, podemos relacionar a depressão, baixa autoestima, perda de confiança, além do medo de cair, gerando um grande impacto na saúde, reduzindo as atividades de vida diária e dependência funcional do idoso para realização de tarefas básicas”, detalha.

Prevenção e cuidados
Entre os cuidados necessários para a prevenção de quedas em pessoas idosas, o especialista destaca: evitar objetos espalhados pelo chão; retirar tapetes e panos escorregadios; evitar animais domésticos soltos; ao tomar banho enxugar os pés, e após o banho não passar cremes ou óleos na planta dos pés ou entre os dedos; cortar as unhas sem tirar cutículas para evitar ferimentos; não utilizar bancos para alcançar objetos ou utensílios em lugares muito altos; inserir barras de segurança em corredores e banheiro; adaptar a mobília e equipamentos de iluminação; usar calçados confortáveis que tenham correias que prendam nos pés; evitar meias apertadas para não ocorrer edemas e má circulação, além de dar preferência às meias de algodão; realizar consultas e exames periódicos com o médico; idosos com alterações visuais devem fazer uso de óculos e idosos com alterações de equilíbrio e mobilidade reduzida devem fazer uso de dispositivos auxiliares de marcha como bengalas e andadores.
Matheus Maciel Pauferro ainda salienta que a Fisioterapia pode ser uma aliada na prevenção de quedas, atuando na promoção de saúde, informando a população sobre os cuidados e a importância de manter hábitos de vida saudáveis para um envelhecimento ativo e com qualidade de vida.
“Além do trabalho de educação em saúde e orientações na adequação do ambiente, a Fisioterapia utiliza de avaliações individualizadas, técnicas, métodos e exercícios de flexibilidade, força muscular, equilíbrio e coordenação motora, simulando atividades e situações do dia a dia para trabalhar todos os sistemas corporais integrativos relacionados ao controle postural, preparando o corpo desse idoso, caso ele sofra alguma perturbação postural que provoque queda”, afirmou.

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