Sedentarismo na infância: como o estilo de vida afeta o peso das crianças

Dia 3 de junho é celebrado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, uma data que chama atenção para um problema cada vez mais comum na infância: o sedentarismo. Com crianças passando mais tempo diante das telas e menos em movimento, os impactos na saúde física e emocional já são evidentes. Especialista alerta que o estilo de vida sedentário tem contribuído diretamente para o aumento da obesidade entre os pequenos.
“Na última década, o número de crianças e jovens sedentários aumentou significativamente, e isso impacta diretamente na saúde delas. Doenças que antes eram comuns apenas em adultos, hoje estão sendo tratadas em crianças muito novas”, alerta o professor de Educação Física e coordenador da Estácio, André Fernandes.
O estilo de vida familiar é um dos principais fatores que influenciam o comportamento sedentário das crianças. “Quando os pais são sedentários, é natural que os filhos repitam esse padrão. Por outro lado, quando a família pratica atividades físicas e convida a criança à participar, o incentivo se torna mais eficaz. O exemplo arrasta”, destaca André.

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Ele alerta ainda para um comportamento comum na infância: o de enjoar rapidamente de uma atividade. “Muitos pais, ao perceberem que o filho perdeu o interesse, trocam de modalidade e, quando isso se repete, acabam desistindo. Mas é importante persistir. É normal que as crianças mudem de atividade com frequência. O importante é manter o contato com o exercício físico”.
Segundo André, o segredo está em transformar o movimento em algo prazeroso e natural no dia a dia.
“Se for à praia, por exemplo, em vez de apenas sentar e comer, aproveite para fazer uma caminhada, brincar e criar momentos de lazer ativo. São pequenas atitudes como essa que formam hábitos saudáveis e podem fazer toda a diferença no futuro”.
Os sinais do sedentarismo podem ser percebidos desde os primeiros meses de vida. “Durante toda a infância já existem critérios de avaliação, feitos por profissionais, que conseguem demonstrar se uma criança é sedentária ou não. Entre eles, o comportamento motor, social e uma série de medidas que sinalizam esse comportamento. E os efeitos são diretos: quanto menos se movimenta, menos energia a criança gasta e mais peso ela ganha”, disse o profissional.
Exercício físico e boa alimentação são fundamentais. Um não substitui o outro. Juntos, eles garantem uma infância mais saudável e previnem problemas futuros. O que diferencia uma criança que está acima do peso por má alimentação daquela que é sedentária é o percentual de gordura corporal que, segundo André, é medida de diversas formas, sendo a mais utilizada é o IMC (Índice de Massa Corporal). “A relação entre peso e altura pode ajudar na contribuição desse processo, a criança que começa a ter acúmulo de gordura excessiva no seu corpo é um exemplo clássico do sedentarismo, então o exercício físico com uma boa alimentação sem sombra de dúvida são fundamentais para que essa criança tenha uma vida mais saudável com mais condições de ter uma boa qualidade de vida na fase adulta”, explicou o professor de Educação Física.

Telas, sedentarismo e saúde mental: qual é a relação?
A tecnologia pode ser uma grande aliada no aprendizado e no entretenimento, mas quando usada em excesso, especialmente na infância, ela se torna uma vilã silenciosa.
“A exposição prolongada a celulares, tablets e televisão prende as crianças em comportamentos sedentários, reduz o movimento e interfere diretamente na saúde física e emocional”, explica André.
Segundo ele, como as crianças ainda não têm maturidade para estabelecer limites por conta própria, acabam passando horas diante das telas, o que reduz o tempo dedicado a brincadeiras, atividades físicas e interações sociais.
“A falta de movimento não apenas favorece o ganho de peso, mas também priva a criança de vivências importantes, como enfrentar desafios, desenvolver habilidades motoras e aprender a lidar com frustrações. Experiências que estão naturalmente presentes no esporte e em diversas atividades físicas”
Além do risco de obesidade, o excesso de tempo em frente às telas tem sido associado a quadros de ansiedade, irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldades de concentração. Para André, a solução está no equilíbrio: estabelecer limites para o uso da tecnologia e garantir que a atividade física faça parte da rotina, sempre de forma leve e prazerosa.
E quanto à escola? O ambiente escolar é um bom ponto de partida para a prática de atividades físicas, mas está longe de ser suficiente. Fernandes observa que muitas instituições oferecem apenas uma aula de educação física por semana, o que não atende às necessidades de movimento das crianças. Por isso, é fundamental que haja estímulos fora da escola, com atividades regulares no dia a dia.
“A criança precisa de estímulo constante. Diversificar as atividades, criar oportunidades para o movimento e, acima de tudo, dar o exemplo são atitudes que fazem a diferença. Combater a obesidade infantil exige rotina, participação da família e incentivo ao movimento desde os primeiros anos de vida”, finaliza o professor.

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