Foto: Assessoria

Deputado Estadual Yuri Moura convoca audiência pública para discutir soluções definitivas para moradores do Ingá, na Posse

A grave situação dos moradores do Ingá, na Posse, em Petrópolis, motivou o deputado estadual Yuri Moura (PSOL) a solicitar a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), marcada para a próxima segunda-feira, 16 de junho, às 10h. O encontro reunirá autoridades estaduais e municipais, representantes do Ministério Público, da Defesa Civil e do Departamento de Recursos Minerais (DRM), além de moradores diretamente atingidos pelos recorrentes desplacamentos de rochas na localidade.

“Os moradores do Ingá estão há mais de uma década vivendo sob o risco permanente de desabamento. Mais de 40 famílias já foram removidas de suas casas e até hoje não têm resposta definitiva do poder público sobre indenizações ou reassentamento. Isso é inadmissível”, afirmou o deputado Yuri Moura.

A preocupação se intensificou em fevereiro deste ano, quando um novo episódio de desplacamento obrigou a Prefeitura a decretar situação de emergência no local por meio do Decreto 18/2025. O Governo Federal reconheceu o estado de calamidade e liberou recursos emergenciais, mas, segundo o parlamentar, essas verbas não são suficientes para resolver o problema. “Esses recursos cobrem apenas ações imediatas e de capacitação técnica da Defesa Civil. Não servem para reparar as perdas materiais e garantir dignidade às famílias”, criticou Yuri Moura.

O histórico da região é alarmante. Desde 2014, a pedreira do Ingá vem apresentando episódios sucessivos de desplacamentos, com registros significativos nos anos de 2017, 2019 e 2024. O evento mais grave ocorreu no ano passado, quando um grande fragmento rochoso desabou, interditando toda a Rua da Pedreira e dezenas de imóveis adjacentes. Estudos do DRM confirmam que grande parte da pedreira está condenada e que a instabilidade geológica tende a se agravar com o tempo.

Em 2019, a Defesa Civil de Petrópolis interditou preventivamente 40 imóveis, deixando 23 famílias cadastradas no CRAS para apoio social. Atualmente, mais de 35 imóveis permanecem interditados e seus moradores dependem do aluguel social concedido pela Prefeitura. Porém, segundo os relatos dos afetados, ainda não há garantias quanto à suspensão de IPTU, contas de água e luz dos imóveis inutilizados, nem respostas claras sobre obras de contenção ou indenizações.

“O laudo técnico do DRM é categórico ao afirmar que a área apresenta altíssimo risco e que qualquer tentativa de estabilização com maquinário pesado poderia provocar novos deslizamentos. Diante desse cenário, é obrigação do Estado e do Município apresentar uma solução definitiva: ou a contenção com tecnologia segura ou a desapropriação com justa indenização”, ressaltou o deputado.

Entre as ações do mandato de Yuri Moura estão ofícios cobrando respostas da Secretaria de Infraestrutura do Estado e do Ministério das Cidades, além da realização de vistorias técnicas que confirmaram a inviabilidade de obras no local. O parlamentar também solicitou mapeamento geológico atualizado pelo DRM e compensações financeiras às famílias prejudicadas.

A audiência pública da próxima semana será o momento para pressionar o poder público a oferecer alternativas concretas. “Não podemos mais permitir que essas famílias vivam indefinidamente no aluguel social, sem qualquer garantia de futuro. A omissão é cruel e inaceitável”, concluiu Yuri Moura.

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