O bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, no dia 2 de dezembro, às 9h, preside a missa na Catedral São Pedro de Alcântara, numa celebração de despedida da Diocese de Petrópolis, onde exerceu seu ministério episcopal por 11 anos. No dia 15 de dezembro, Dom Gregório toma posse como o sétimo Arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza, às 19h, com missa na Catedral Metropolitana de Fortaleza.
Desde o anúncio de sua transferência, Dom Gregório Paixão tem cumprido todos os compromissos agendados no início desse semestre em diversas paróquias. Em todos os lugares, o bispo tem afirmado que carregará “nas pupilas de seus olhos a imagem de cada pessoa que encontrou na Diocese”.
Em diversos momentos, no encontro com os fiéis, têm afirmado que jamais esquecerá cada uma das pessoas e como resposta, tem recebido o carinho de todos os fiéis. “Durante os 11 anos que estive na Diocese de Petrópolis, percorrendo os oito municípios que fazem parte de seu território, fui e sou muito feliz”, afirma Dom Gregório Paixão.
Desde que chegou à Diocese de Petrópolis, em dezembro de 2012, um dos sonhos foi a restauração da Catedral São Pedro de Alcântara, obra que realizou em 2021, após mais de cinco anos para aprovar o projeto no Instituto do Patrimônio, Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Outro desejo foi a construção de uma Cripta para sepultar com dignidade os padres diocesanos, hoje sepultados nos cemitérios municipais existentes no território da Diocese ou em suas cidades de origem. Ele deixa a Diocese com o projeto em andamento, sendo construído junto com a Capela Bom Pastor no Seminário Diocesano.
Mas, sem dúvida nenhuma, uma de suas grandes obras na Diocese foi no campo pastoral, visitando e celebrando em todas as paróquias e comunidades, fossem elas grandes ou pequenas, cada celebração era marcada pela alegria do encontro com cada pessoa. “O que mais gosto de fazer é encontrar as pessoas”, afirmou várias vezes, e por isso, quando era convidado para abençoar o bolo do padroeiro, fazia questão de cortar e entregar cada fatia nas mãos de cada pessoa, recebendo em troca um sorriso e um olhar de agradecimento.
A disponibilidade do encontro com o próximo, no entanto, durante a pandemia o fez contrair a Covid-19. Ao receber um telefonema de uma senhora, dizendo que seu esposo estava infartando. Dom Gregório Paixão não teve dúvidas, partiu para o Morro da Oficina, no Alto da Serra, para atender a família, colocando no seu carro e levando para o hospital. Depois do atendimento, o médico disse que o senhor não estava infartando, mas toda família estava com Covid-19. O resultado dias depois, Dom Gregório testou positivo, sendo obrigado a ficar internado por recomendação médica para tratamento.
Este foi um dos muitos episódios do pastoreio de Dom Gregório Paixão na Diocese. Além disto, por duas vezes abrigou em sua residência episcopal, famílias que ficaram desalojadas devido a barreira em suas casas. Ao longo dos 11 anos de sua permanência na Diocese não foram poucas as pessoas que foram e ainda são ajudadas, seja com doação material ou atendimento espiritual.
Dom Gregório Paixão, como bispo diocesano, ouvindo os conselhos da Diocese, foi responsável pela criação de seis novas paróquias: São Sebastião do Carangola (2013), Nossa Senhora do Bom Sucesso (2014), Santo Antônio de Nova Marília (2016), Santa Terezinha do Menino Jesus (2019) e as Quase-Paróquias São Charbel do Caxambu e São José de Água Quente. Além disso, foi responsável por representar o Papa Francisco na Coroação Pontíficia da Imagem de Nossa Senhora do Amor Divino, padroeira da Diocese, que aconteceu em 2021.
Nos 11 anos de seu governo episcopal, Dom Gregório Paixão ordenou cerca de 28 padres, com mais dois que serão ordenados ainda este ano, no dia 9 de dezembro. No mesmo período ordenou 61 diáconos permanentes, homens casados que hoje atuam junto às comunidades paroquiais auxiliando os padres na administração dos sacramentos e trabalhos pastorais. Este é o resultado de um trabalho vocacional, apoiando as iniciativas de promoção vocacional, dando continuidade ao trabalho de formação sacerdotal realizado pelos seus antecessores.
No campo da educação, Dom Gregório Paixão, como educador, compreendeu a importância das escolas paroquiais, conveniadas com o poder público. Ao lado do Monsenhor Paulo Daher, que foi seu Vigário Geral até sua morte em 2019, atuou para consolidar um trabalho iniciado na Diocese há mais de 30 anos. Apoiou e trabalhou duramente pela recuperação da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), que ao longo de uma década sofreu diversos momentos de crise, sendo um dos piores o período da pandemia.
Com grande dor, após ouvir especialistas e seguindo a orientação sanitária, durante a pandemia estabeleceu restrições e, depois, fechou as igrejas. Nesse período, com objetivo de estar próximo do povo de Deus, passou diariamente a fazer uma live onde lia e comentava textos da Sagrada Escritura. As lives foram a forma encontrada por ele para se fazer presente em cada local dos oito municípios que formam a Diocese de Petrópolis. Por diversas vezes manifestou sua alegria pelas inúmeras iniciativas dos sacerdotes diocesanos para, ao longo da pandemia, se fazerem presentes na vida das pessoas, não deixando de lhes dar o Cristo Eucarístico.
Mas, se, sua alegria era sempre visível nos olhos e nas histórias contadas a cada final de homilia. Dom Gregório Paixão viveu, ao longo de seu governo episcopal momentos de profunda tristeza com a morte de familiares e pela perda de irmãos e companheiros no sacerdócio, como Padre Jac, Monsenhor Paulo Daher, Padre Veraldo e Padre Francisco Montemezzo. Nesse sentido, a primeira perda foi um mês após sua chegada na Diocese, que foi a morte do Padre Quinha, no dia 18 de janeiro de 2013, mesmo dia em que iriam se encontrar.
Entre os momentos vividos, um deles ocorreu esse ano, ao se manifestar de forma firme contra o aborto. No domingo, dia 8 de outubro, ele não apenas presidiu a missa na Câmara Municipal, como participou da Caminhada pela Vida pelo Centro Histórico de Petrópolis. “Na história da humanidade a ciência nos diz que, no momento da fecundação existe plenamente um ser humano. Mas, meus irmãos e minhas irmãs, os interesses são muitos. O texto da escritura, em diferentes passagens, nos mostra tentativas de matar as crianças. Afinal de contas, Herodes mandou matar as crianças que nasciam até os dois anos de idade. Pilatos matou o senhor da vida e tudo sempre para atingir a obra de Deus, para atingir o próprio Deus. No livro do Apocalipse encontramos a narrativa sobre a mulher revestida de sol trazendo uma criança no seu seio e o dragão queria devorar a criança. Meus irmãos e minhas irmãs, perdoe-me dizer, mas, o dragão continua o mesmo. Não existe roubo maior que se possa fazer do que invadir a casa da criança, que é o útero, para arrancá-la, para matá-la, para arrancar a vida que é nascente. Foi isso que o dragão quis fazer e é isso que hoje o dragão deseja fazer”, afirmou Dom Gregório Paixão.
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