Com o final do ano se aproximando, a busca por vagas temporárias em setores como comércio, logística e turismo ganha força. Esse período, marcado pelas festividades de Natal e Ano Novo, é tradicionalmente associado ao aumento da demanda por trabalhadores temporários, especialmente no varejo e em serviços voltados ao atendimento ao cliente. No entanto, transformar uma vaga temporária em uma oportunidade efetiva pode ser um desafio para muitos profissionais. Para especialistas, o equilíbrio emocional e a preparação técnica são fundamentais para se destacar nesse mercado competitivo.
A média de efetivação de trabalhadores temporários contratados no período de final de ano no Brasil é de 13,8%, dependendo das condições do mercado e do setor, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Fatores como o desempenho econômico e a demanda por vendas influenciam diretamente a quantidade de trabalhadores que são efetivados após o período de festas.
De acordo com Jean Seidler, professor dos cursos de Gestão da Estácio, o mercado de trabalho no final do ano é caracterizado por dinâmicas específicas. Em geral, observa-se um aumento nas contratações temporárias, especialmente no varejo e em serviços relacionados às festividades. “O comércio e o varejo são os principais setores, acompanhados pela logística e transporte, que são necessários para atender à demanda de compras online e entregas”, destaca. Seidler também aponta o setor de turismo como um grande gerador de empregos, devido à alta movimentação de pessoas durante as férias e ao aumento da procura por serviços de hotelaria e alimentação.
No entanto, ele ressalta que o engajamento com os propósitos e valores das empresas é essencial para quem deseja transformar uma oportunidade temporária em algo mais permanente. “Nesse período, as pessoas devem demonstrar comprometimento, qualidade no trabalho e proatividade. Mesmo com contratos de curto prazo, é importante buscar feedback sobre o desempenho e demonstrar interesse em continuar na empresa”, afirma o professor.
Além das exigências comportamentais, há também a necessidade de preparo emocional para enfrentar a alta competitividade desses processos seletivos. Mateus Cunda, professor de Psicologia da Estácio, orienta que o candidato deve focar em suas competências e na capacidade de desenvolvê-las. “É fundamental estar seguro das habilidades que já possui e revisar o que é exigido na vaga. Expor essas qualidades com base nas experiências passadas ajuda a transmitir segurança. Também é importante reconhecer que há espaço para crescimento e deixar claro que está disposto a desenvolver as competências necessárias”, aconselha Cunda.
A flexibilidade é outro atributo valioso no mercado de trabalho temporário. Segundo o psicólogo, profissionais que conseguem transitar entre diferentes áreas e se adaptar às diversas atribuições da empresa têm maiores chances de serem notados e, eventualmente, contratados para vagas fixas. “Em uma vaga temporária, essa flexibilidade pode servir como porta de entrada para outras oportunidades no futuro”, observa.
Além das questões comportamentais, as empresas também desempenham um papel crucial na retenção de talentos durante esse período. Seidler reforça a importância de um planejamento estratégico adequado e da oferta de pacotes atraentes de benefícios para os colaboradores temporários. “As empresas precisam se planejar antecipadamente e verificar se a vaga tem potencial para se tornar efetiva. Também é essencial oferecer pacotes de benefícios que vão além dos financeiros, como planos de previdência privada, folgas remuneradas em dias específicos do ano, academias e lazer”, explica.
Para Cunda, a conscientização de que a vaga temporária pode ser um ponto de partida para uma carreira mais estável ajuda no equilíbrio emocional dos profissionais. “Entender que essa vaga pode servir como uma oportunidade para ser recrutado futuramente proporciona mais tranquilidade ao candidato, que deve encarar essa experiência de forma positiva e estratégica”, sugere.
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